sexta-feira, 4 de maio de 2007

A Sabellaria alveolata: espécie "engenheira" do ecossistema

A barroeira, de nome científico Sabellaria alveolata (L.) dota a paisagem de uma fisionomia particular. Os maciços edificados por esta espécie constituem um verdadeiro habitat para numerosas formas animais que vivem habitualmente na zona entre marés, contribuindo para a modificação do ambiente sedimentar pela retenção de areias. Assim, a barroeira pode ser qualificada como uma espécie “engenheira”. Trata-se de uma minhoca poliqueta que constrói grandes recifes (edifícios de areia), por vezes superiores a um metro. Esta tem as seguintes características:

Forma - até 4cm de comprimento; corpo cilíndrico com 32-37 segmentos (figura 1).


Figura 1 – Exemplares da Sabellaria alveolata (L.)

Habitat - em tubos dispostos em colónias e constituídos por grãos de areia (figura 2); incrustando rochas e conchas; vive na zona entre marés de praias rochosas, como é o caso da Aguda.



Figura 2- Pormenor dos tubos construídos pela Barroeira



Local de observação - Aguda, Mindelo, Cabo do Mundo.

Distribuição - Mediterrâneo, Atlântico, Canal da Mancha, Mar do Norte.

Os recifes de Sabellaria alveolata, como os da figura 3, são frequentes nas zonas de grande hidrodinamismo das ondas.


Figura 3 – Recifes de barroeira

A importância da barroeira reside no facto dos seus recifes contribuírem para a diversidade animal e, consequentemente, para o aumento dos recursos piscatórios costeiros de grande interesse para o Homem. Por isso, não devem ser destruídos. Assim, os recifes não devem ser pisados nem destruídos à força de picaretas na procura de iscos que vivem nos tubos vazios da barroeira.

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